Rio de Janeiro, 23 out (EFE).- Consagrado no meio do futebol com a conquista de três Copas do Mundo, entre inúmeros outros títulos pelo Santos e pela seleção, Edson Arantes do Nascimento, ou simplesmente Pelé, vem recebendo desde o começo da semana homenagens pelo seu 70º aniversário, comemorado neste sábado.
Os 70 anos do ex-jogador que foi aclamado como Melhor Atleta do Século vêm sendo recordados com grande espaço na imprensa e, logicamente, não passarão em branco nos estádios do país.
A CBF anunciou na sexta-feira, em sua página na internet, adornada com uma mensagem de parabéns para Pelé, que nas dez partidas da 31ª do Campeonato Brasileiro neste final de semana será feita uma "homenagem inédita e especial para o maior jogador do mundo".
A rodada foi batizada como "Rodada Pelé 70 anos" como uma forma, de acordo com a instituição, de reverenciar o 'Rei do Futebol' por seu aniversário, e em todos os estádios serão exibidos mensagens de felicitações.
Segundo o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, qualquer forma de homenagem ao ex-jogador é pequena diante de sua importância pela projeção mundial que deu ao futebol e à seleção brasileira.
O Santos, pelo qual Pelé brilhou nas décadas de 1960 e 1970 e no qual a reverência é ainda maior, convocou seus torcedores a irem neste sábado ao estádio para conceder a seu maior ídolo uma homenagem especial em uma partida na qual Neymar vestirá uma camisa com o número 70, após eleição promovida no site oficial do clube.
Vários jogadores, treinadores e até os patrocinadores da seleção brasileira anunciaram diferentes formas de homenagear o que consideram como o maior ídolo nacional.
Tanta reverência por um aniversário obedece à coincidência de números dos 70 anos com a Copa de 1970, no México, à qual Pelé já chegou como astro mundial e ratificou essa condição.
Apesar de ter se machucado às vésperas da Copa de 1958, na Suécia, Pelé, na época com apenas 17 anos, foi convocado mesmo assim, estreou na terceira partida e se tornou a principal surpresa do torneio, o que o levou a ser batizado pela imprensa francesa como 'Rei do Futebol'.
Foi na Suécia que o Rei recebeu aleatoriamente a camisa número 10 com a qual se tornou conhecido mundialmente. Lá, anotou três gols e ajudou a seleção a vencer a França, de Justin Fontaine, por 5 a 2 nas semifinais, e dois dos gols do 5 a 2 com que a seleção bateu os donos da casa na final.
Também foi na Suécia onde Pelé anotou um de seus gols mais antológicos, justamente na final contra os anfitriões. Após matar no peito uma bola levantada por Zagallo, deu um chapéu no adversário e completou sem deixar a bola sair.
Quatro anos depois, na Copa sediada no Chile, quem brilhou na seleção brasileira foi Garrincha, já que Pelé se machucou no segundo jogo, após ter anotado um gol no primeiro.
No Mundial de 1966, no qual entrou em campo em dois confrontos, a forte marcação dos adversários impediu que o Rei exibisse o futebol com o qual já era reconhecido como o melhor do mundo.
Já o Mundial de 1970, no México, o último que Pelé disputou, no qual atraiu milhares de torcedores a Guadalajara e no qual mostrou todas as suas qualidades e ajudou o Brasil a conquistar seu terceiro título mundial e ter posse definitiva a Taça Jules Rimet, é considerado o de sua consagração.
Um ano depois, o camisa 10 se despediu da seleção em um amistoso que o Brasil empatou em 2 a 2 com a Iugoslávia e que atraiu 138.575 espectadores ao estádio do Maracanã.
As várias homenagens através das quais a imprensa vem lembrando as façanhas do ídolo estão infestadas de recordes de um jogador único. Sua fama internacional é realçada com o título de "Atleta do Século" com que o Comitê Olímpico Internacional (COI) o consagrou em 1999 e o título de "Jogador do Século XX" dado pela Fifa em 2000 após uma votação mundial.
Pelé começou a jogar pelo Santos em 1956, e a primeira das várias marcas de sua carreira foi alcançada dois anos depois, quando anotou 58 gols em 30 partidas do Campeonato Paulista.
Convocado a opinar durante as homenagens, Pelé revelou que acha o gol feito pelo Peixe contra a Juventus na Rua Javari o mais bonito entre os 1.284 que marcou. A jogada, de que não existe registro gráfico, foi recriada muitos anos depois em computador para o filme "Pelé Eterno".
Entre as façanhas do ídolo está a vez em que os combatentes em uma guerra civil no ex-Congo Belga declararam trégua para permitir que o Santos disputasse dois amistosos no país, em 1969.
Em outra oportunidade, um ano antes, um árbitro na Colômbia foi excluído de uma partida após expulsar Pelé, para que o Rei voltasse ao gramado.
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